Sei que neste momento seu coração deve estar apertado.
A descoberta do uso de drogas por um filho é uma das situações mais difíceis que uma mãe pode enfrentar.
Agora você se pergunta se deve dividir esse peso com o pai do seu filho. É uma decisão que mexe com muitas emoções e preocupações, ainda mais quando vocês não estão mais juntos.
O medo de contar e suas razões
Quantas noites você já passou em claro pensando em como dar essa notícia?
É comum sentir medo da reação do pai, das possíveis discussões ou até mesmo de ele se afastar ainda mais.
Você pode estar se perguntando se ele vai entender, se vai julgar sua criação ou se vai tomar atitudes precipitadas. São preocupações naturais de quem só quer proteger seu filho.
Por que compartilhar pode fazer a diferença
Já acompanhei várias famílias nessa situação e percebi que, na maioria das vezes, contar para o pai acaba sendo um alívio.
Uma mãe me disse uma vez: “Depois que contei, senti que não precisava mais carregar essa cruz sozinha”. E ela tinha razão. Seu filho precisa de toda rede de apoio possível neste momento.
O pai, mesmo morando em outra casa, pode trazer um olhar diferente para a situação. Ele pode ter ideias, contatos ou recursos que você não imagina.
Mais que isso: ele tem o direito de saber e a oportunidade de ajudar o próprio filho.
Encontrando o momento certo
Não existe um momento perfeito para essa conversa, mas alguns momentos são melhores que outros. Se possível, espere até:
- Ter certeza do uso de drogas, com evidências concretas
- Estar mais calma e com as emoções mais organizadas
- Ter buscado alguma orientação profissional inicial
Uma mãe que atendi esperou uma semana após descobrir, organizou seus pensamentos e escolheu um domingo tranquilo para conversar pessoalmente com o ex-marido.
“Foi difícil, mas ele me surpreendeu positivamente”, ela relatou.
Se preparando para contar
Antes de ter essa conversa, respire fundo e se prepare. Pense em como você gostaria de receber essa notícia se fosse o contrário.
Escolha um lugar calmo e privado, nada de conversas por telefone ou mensagem. Esse assunto merece um olho no olho.
Separe um tempo adequado, sem pressa.
Você pode começar dizendo algo como: “Precisamos conversar sobre nosso filho, estou preocupada com algumas mudanças que tenho notado”. Use suas palavras, seja sincera.
Lidando com diferentes reações
Cada pai vai reagir de um jeito. Alguns negam no começo, outros se desesperam, tem aqueles que ficam com raiva.
Tudo bem, dê tempo ao tempo. O importante é manter o foco no que importa: ajudar seu filho.
Se o pai minimizar o problema, você pode compartilhar as mudanças que notou no comportamento do filho. Se ele quiser tomar medidas muito duras, converse sobre a importância do equilíbrio entre limites e acolhimento.
Construindo um caminho juntos
Depois que passar o impacto inicial da notícia, vocês podem pensar juntos em como ajudar. Não precisa resolver tudo no primeiro dia.
Podem combinar de observar o comportamento do filho, buscar ajuda profissional, estabelecer algumas regras básicas.
O importante é que seu filho sinta que tem os dois pais unidos para apoiá-lo, mesmo que vocês não estejam mais juntos como casal.
Perguntas que muitas mães fazem
E se ele negar completamente?
Dê tempo. A negação é comum no começo. Mostre as mudanças que você notou no filho, sugira que ele observe também.
Com o tempo, a realidade fica mais clara.
Como agir se ele quiser tomar atitudes radicais?
Converse sobre como medidas muito severas podem afastar ainda mais o filho. Sugira buscar orientação profissional juntos para encontrar o melhor caminho.
O que fazer se ele não quiser participar?
Respeite o momento dele, mas mantenha-o informado. Muitos pais, depois do choque inicial, acabam mudando de postura e querendo ajudar.
Como evitar que vire uma discussão sobre a criação do filho?
Mantenha o foco no presente e no futuro.
O momento não é para buscar culpados, mas sim soluções. Se o assunto desviar, traga de volta para o que importa: ajudar seu filho.
Você não está sozinha
Sei que pode parecer um peso enorme ter que dar essa notícia. Mas você não precisa passar por isso sozinha. Nossa equipe está aqui para te ajudar em cada passo desse processo.
Podemos te orientar sobre a melhor forma de ter essa conversa, considerando a sua situação específica.